A Câmara Municipal de Pouso Alegre, reuniu-se na tarde desta segunda-feira, 6, na sala Bernardino Campos, para discutir um projeto de lei apresentado em Pouso Alegre que pretende mudar o dia em que é comemorada a “Consciência Negra” na cidade, atendendo um pedido dos empresários.
O motivo principal segundo Sérgio Borges, presidente da Acipa – Associação do Comércio e Indústria de Pouso Alegre é que comerciantes da cidade alegam que três feriados no mês de novembro, todos podendo cair de segunda a sexta-feira, atrapalham as vendas. Atualmente, o dia é comemorado em 20 de novembro, projeto sancionado pelo ex-prefeito Agnaldo Perugini.

Para o presidente da ACIPA , o feriado prejudica todo o setor comercial da cidade. “Nós já trabalhamos 130 dias do ano pagando impostos. O começo do ano é pagando imposto, a segunda metade do ano é para empresa. E um feriado seguido assim prejudica muito as empresas. Então que a gente faça a comemoração sim, a Acipa é a favor da comemoração, só não é a favor do feriado pois prejudica tanto o comércio como a indústria e a prestação de serviços”, disse o presidente Sérgio Tadeu Borges da Acipa.
Representantes da raça negra, presidente da ARNEPA, Mário César Barbosa Ribeiro defenderam o feriado: “A data é referência à morte de Zumbi dos Palmares, uma liderança importante para os negros na época da escravidão. Em Minas Gerais, poucos municípios tem o dia 20 como feriado. Em Pouso Alegre, ele foi aprovado pela Câmara de Vereadores em 2015. No mesmo ano, a data gerou polêmica, pois comerciantes queriam que ele fosse facultativo. Um juiz chegou a baixar uma portaria suspendendo o feriado para os funcionários do fórum, pois já tinha audiências marcadas”.
Os representantes da raça negra que compareceram à reunião mais uma vez se posicionaram contra a retirada do feriado. Para eles, a mudança seria um retrocesso. “Eu sou totalmente contra a retirada desse feriado, uma vez que foi uma conquista da raça negra em Pouso Alegre e todos nós esperamos que isso seja mantido. Não se pode mudar as leis ao prazer de um empresário”, disse o presidente da Associação da Raça Negra de Pouso Alegre, Mário César.
Para os integrantes do Movimento Raízes de Baobá, o feriado representa muito mais que um dia de folga. Em 2015, foi proposto que a data fosse comemorada no terceiro domingo do mês de novembro. Mas para o movimento, a alteração perde todo o contexto histórico.
“Dia 20 é dia disso, nada além, nada mais. A gente não está pedindo nada além disso, a gente está pedindo um dia para que a comunidade negra consiga se reunir, e debater e falar e comemorar e celebrar e mudar sua perspectiva do racismo municipal e do Brasil como um todo”, disse a representante do movimento, Pâmela Vindilino.
No uso da palavra o presidente da Câmara, Adriano da Farmácia, defendeu os comerciantes, sendo ele proprietário de um comércio na cidade, disse que três feriados num mesmo mês, de fato atrapalha e muito e que o dia poderia ser comemorado com mais atividade nas escolas pois trata-se de conscientizar a todos a importância da raça negra na construção do país. Outros vereadores fizeram uso da palavra, Campanha acredita que a maioria dos vereadores votaram a favor da continuidade do feriado no dia 20 de novembro. O vereador disse que vai se reunir com lideranças da comunidade e outros vereadores.
A Acipa por sua vez, acredita que ao invés do feriado, poderia haver uma semana de conscientização, com apoio do comércio e de órgãos públicos. O que se esperava nesta reunião era definir possíveis mudanças no projeto de lei e definir se ele será apresentado na próxima sessão ordinária da câmara.
“Para que a gente possa entrar num consenso, poder explicar melhor esse projeto, que a gente possa ter tranquilidade para votar esse projeto na sessão de terça-feira”, completou o vereador e autor do projeto Rodrigo Modesto.
O assunto promete esquentar durante essa semana, já que se nada for realizado ou aprovado, o dia 20 de novembro, continua garantindo o feriado do Dia da “Consciência Negra” em Pouso Alegre. Afinal os que lutam para manter o feriado consideram que no passando muito se lutou para conseguir essa lei, e que mantê-la é uma questão de honra e orgulho para seus representantes. ‘a voz do povo, deveria ser de fato a voz de Deus, uma vez que foi aprovada e sancionada na cidade.
Fonte: Direto da Redação


























































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