O Livro do Apocalipse de São João na Liturgia de hoje narra o emblemático episódio do grande sinal no céu: a mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo de seus pés, e ao mesmo tempo um grande dragão que a persegue. Muitas reflexões ao longo da história atribuíram esta imagem à Maria que está prestes a dar a luz ao Cristo, mas que é perseguida pelo diabo. Esta revelação joanina apresenta a perseguição que a Igreja nascente sofria no início de sua caminhada, na qual imperadores matavam os cristãos a qualquer custo.
Porém, mesmo com toda tribulação, o poder do mal é parcial, e a força de Deus supera todas as realidades terríveis que a Igreja enfrenta no seu momento nascente. E hoje, quais são os desafios que precisamos enfrentar para permanecermos no amor de Cristo? Deixamos que seu amor tome conta de nossas vidas? Ou permitimos que os “dragões” ainda causem danos em nossas famílias, grupos e sociedade?
Maria não tem medo, pelo contrário, está atenta as necessidades da sua história e não demora em servir. Ela parte apressadamente para fazer o bem. Quantas são as desculpas que nós damos para não servir ou realizar a vontade de Deus? Por que demoramos tanto em fazer o bem? Porque nos deixamos levar pelas forças demoníacas, buscando outros caminhos que não sejam a do Senhor, que nos oferece todas as oportunidades para o seguirmos e o servir de bom grado.
O Evangelho de Lucas apresenta o Cântico de Maria, o Magnificat, que proclama as maravilhas que Deus fez em favor desta jovem. Tudo começa com Maria partindo apressadamente para Judeia, para visitar sua prima Isabel. Eis um encontro em que o Espírito Santo realiza sua missão da alegria, na vida de uma senhora e também de uma jovem. Isabel exclama que Maria é bendita entre todas as mulheres, pois carrega em seu ventre o mais bendito fruto de toda a história.
É justamente este laço íntimo e indissociável, seja corporal, psicológico e espiritual que atribuímos a ela ser a mãe de Deus. É impossível separar o Filho glorioso condenando a sua mãe a corrupção da carne no fim de sua existência. Maria é santa, pois gerou no seu ventre o Santo dos santos.
Maria sendo assunta à glória celeste, é elevada por Deus, estando assim submetida à vontade do Pai que sempre a amou, desde sua imaculada conceição. Desde sempre, Maria foi preservada do pecado, para que agora sendo a Arca da Nova Aliança, pudesse ser a geradora da vida em abundância. Junto com seu Filho, Maria se encontra num estado definitivo, pois Ele sendo glorioso e majestoso, quis o Filho, que sua Mãe também estivesse ao seu lado no Céu. Este lugar que precisamos desejar a cada dia transcende nossa capacidade racional, pois é uma realidade não palpável aos nossos sentidos. Nele se vê “a essência divina com uma visão intuitiva e até face a face, sem mediação de nenhuma criatura”.
Com as forças humanas parece ser difícil imaginar o céu, ou melhor, a vida eterna. A única certeza que todos temos é que iremos morrer. Nosso corpo se fragmentará dada a sua mortal condição terrena, voltando a ser pó. Todavia, Maria é sinal de nossa esperança, pois não sendo uma “deusa”, mas sendo serva, foi capaz de cumprir fielmente a vontade divina. Ela permanece sempre atenta as necessidades do seu povo. De fato, o Todo-poderoso fez maravilhas na vida de Maria e nos ensina que se quisermos participar da glória celeste, é necessário obedecermos a Deus, pois para Ele nada é impossível.
Direto da Santa Missa em Seu Lar/Estúdios da TVJC
DEIXE SEU COMENTÁRIO | Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site.