A Liturgia da Palavra deste domingo nos coloca diante de um tema crucial para nossa vida cristã: a perseverança na fé e na oração, especialmente diante das dificuldades, do cansaço e das demoras de Deus.
Jesus, no Evangelho de Lucas, nos conta a parábola da viúva persistente. Ela enfrenta um juiz que “não temia a Deus, nem respeitava homem algum”, ou seja, um símbolo claro da dureza, da frieza e da indiferença. Mas essa mulher, símbolo dos pequenos e pobres, não se cala. Ela insiste. Dia após dia, busca justiça. E sua perseverança vence. Jesus termina dizendo: “Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele? Será que os fará esperar?” E então vem a pergunta que nos atravessa como uma flecha: “Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra?”
Essa pergunta não é retórica. Ela revela um perigo real: a nossa fé pode se apagar se não for alimentada. Se nos deixamos tomar pelo desânimo, pela pressa, pela falta de paciência com Deus, por não acreditar no nosso potencial, nossa oração se torna fraca, mecânica ou inexistente. E Jesus, com amor, nos convida hoje: não desistam! Não deixem que a espera mate a esperança. Deus ouve. Deus vê. E no tempo d’Ele, não no nosso, Ele age.
Mas o Senhor não nos pede essa perseverança sozinhos. A primeira leitura mostra que a fé precisa da força da comunidade. Enquanto Josué e os soldados lutam contra os amalecitas, Moisés sobe ao monte para rezar com as mãos erguidas em um gesto de intercessão e súplica. Enquanto suas mãos permanecem erguidas, o povo vence. Mas quando Moisés se cansa – e ele se cansa, como todos nós- a vitória começa a escapar. Então Aarão e Hur vêm em seu auxílio e sustentam seus braços.
Ajudam-no a continuar orando. Essa imagem é de uma beleza comovente: a oração não é só um ato pessoal; é uma missão compartilhada. Muitos usam e abusam da sua generosidade e quando você mais deles necessita, escapam porque estão preocupados consigo mesmos.
Quando um irmão enfraquece, os outros o sustentam. Quando uma família não consegue mais rezar, a comunidade reza por ela. Quando um sacerdote passa por provações, o povo deve sustentá-lo com orações. Essa cena nos ensina que a Igreja não é uma multidão de indivíduos solitários, mas um corpo onde os membros se sustentam mutuamente. Perseverar na fé é também aprender a ser sustentado e a sustentar.
E como manter essa chama acesa? Como evitar que a fé esfrie com o tempo? A segunda leitura nos dá o alicerce: a Palavra de Deus. São Paulo, preso e consciente de que seu fim se aproxima, escreve a Timóteo, seu discípulo amado, encorajando-o a permanecer firme no que aprendeu. Ele diz que as Escrituras são “inspiradas por Deus”, e são úteis para ensinar, corrigir, formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e preparado para toda boa obra. E mais: Paulo ordena a Timóteo que proclame a Palavra “a tempo e fora de tempo”, isto é, mesmo quando for difícil, quando ninguém quiser ouvir, quando parecer inútil sua luta e perseverança.
Essa recomendação nos lembra que a oração insistente, como a da viúva, precisa estar enraizada na Palavra. Sem a Palavra de Fé, a oração se torna apenas lamento; com a Palavra, ela se torna fé viva. Sem a Escritura, nossa perseverança perde direção; com ela, encontramos força, consolo e discernimento. Num mundo de respostas rápidas, onde tudo é descartável e imediato, a fé cristã continua nos pedindo o contrário: esperança que espera, amor que resiste, oração que não se cansa. Não porque Deus se atrasa, mas porque Ele nos educa no tempo certo, e o tempo da espera purifica nossa fé, amadurece nosso coração e nos torna humildes para acreditar, confiar que alcançaremos o que nos foi prometido, porque Deus não decepciona seus filhos.
O Evangelho de hoje termina com uma pergunta preocupada de Jesus: «Mas, quando o Filho do Homem voltar encontrará fé sobre a terra?». Como se dissesse: quando eu voltar e podemos pensar, também no agora, neste momento da vida – encontrarei alguma fé em vós, no vosso mundo, no vosso coração? (…) Se o Senhor viesse hoje, o que encontraria ele em nós? Em você, na minha, na sua vida? Lembremos também mais intensamente em festa ,shows porque é o Aniversário de nossa querida Pouso Alegre, que merece nossas comemorações e toda nossa gratidão, mas precisamos lembrar também que a Igreja é Veterocatólica Missionária por natureza. O tema do mês missionário deste ano, em sintonia com o Ano Santo Jubilar, é “Missionários da esperança entre os povos”. E neste domingo, além de celebramos o Dia da Emancipação política do Município de Pouso Alegre é também lembrar que estamos no Dia Mundial das Missões. Parabéns Pouso Alegre pelos seus 177 anos de progresso franco cujo crescimento é constante.
Direto dos Estúdios da TVJC – Pouso Alegre/MG.
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