Celebrar o Natal é celebrar o mistério mais bonito e mais surpreendente da nossa fé: Deus se fez um de nós. O eterno entrou no tempo. O Criador se uniu à criatura. Não é apenas o nascimento de um Menino, é o nascimento do próprio Filho de Deus. A Liturgia de hoje, nos convida a sair da manjedoura e olhar mais profundamente o mistério da Encarnação. Não temos o presépio nem os anjos cantando no céu como nas leituras da noite. Hoje, a Palavra de Deus nos leva a contemplar com o coração o sentido mais profundo do Natal.
O profeta Isaías nos fala de um mensageiro que vem correndo pelos montes, trazendo uma grande notícia: “Teu Deus reina!” Essa é a primeira grande mensagem do Natal: Deus reina, mas de um jeito novo. Ele não reina com força e violência. Ele reina com amor e humildade, vindo ao nosso encontro, não como um rei distante, mas como uma criança frágil, nascida no silêncio da noite. O profeta diz ainda: “Todos os confins da terra hão de ver a salvação do nosso Deus.” Ou seja, a salvação não é só para alguns, mas para todos. É um convite universal! Deus se fez homem por amor à humanidade inteira.
Jesus é a Palavra viva, é o reflexo da glória do Pai. Ele não é apenas um mensageiro de Deus. Ele é o próprio Deus que se comunica conosco. Aqui está algo belíssimo. Irmãos, no Natal, não celebramos apenas um nascimento, mas uma revelação. Jesus é o rosto visível do Deus invisível. Quem vê Jesus, vê o Pai.
O Evangelho que a Igreja nos propõe nesta Liturgia, não é aquele da manjedoura, dos pastores ou dos anjos. É o prólogo do Evangelho de João. Ele nos convida a irmos além dos enfeites e das imagens natalinas, para contemplar o grande mistério da Encarnação.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” O que isso significa? Significa que Jesus não começou a existir em Belém. Ele é o Verbo eterno, a Palavra de Deus, aquele por meio de quem tudo foi criado. E esse Verbo eterno se fez carne e habitou entre nós. Sim, Deus se fez um de nós. Deus se aproxima, não se impõe, Ele não veio com poder e glória, mas na humildade de uma criança. Não nasceu num palácio, mas numa manjedoura. Não chegou com exércitos, mas com ternura.
E por quê? Porque Deus não quer nos assustar, mas nos conquistar. Ele não veio nos condenar, mas nos salvar. Ele não deseja nos dominar, mas nos amar. “Veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram” (Jo 1,11). Muitos ouvem o seu chamado, mas preferem dar as costas e viverem outros prazeres. Este trecho do Evangelho é triste e verdadeiro. Ainda hoje, Jesus vem até nós, mas muitos não o reconhecem.
Estamos tão ocupados com as correrias, com os problemas, com as distrações, que não percebemos que Deus está batendo à porta do nosso coração. Mas a Palavra também diz: “A todos os que o receberam, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus”. Natal é isso, meus irmãos. Nos tornarmos filhos de Deus verdadeiramente! Deus nos oferece um novo nascimento. Hoje não celebramos apenas o nascimento de Jesus, mas também a oportunidade de renascer com Ele.
Natal é mais do que festa, é encontro. Não podemos deixar que o Natal se reduza a um momento de presentes, comida farta, árvores, luzes e fotos. Tudo isso é bonito e pode fazer parte. Mas o essencial é o encontro com Jesus. O Natal não termina à meia-noite. Ele começa hoje, e deve se prolongar em cada gesto de amor, de perdão, de solidariedade.
Cristo quer continuar nascendo em nós e através de nós. Por isso, abramos nosso coração e digamos com fé: “Vem, Senhor Jesus! Nasce em mim! Faz da minha vida tua morada!” Que a luz do Verbo feito carne brilhe sobre nossas famílias, nossas comunidades e sobre todo o mundo.
Direto dos Estúdios da TVJC





















































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