O último do evangelho de Lucas 24, transcreve os acontecimentos após a ressurreição de Cristo. O trecho desse evangelho ocorreu ao entardecer do primeiro dia, o dia da ressurreição, quando Jesus entrou no cenáculo onde estavam reunidos os onze apóstolos e outros discípulos, inclusive os de Emaús, que momentos antes do aparecimento de Cristo haviam retornado de sua cidade, para contar aos demais o encontro com Ele durante a viagem. Nessa ocasião todos estavam muito alegres pela presença viva do mestre, e Jesus achou oportuno mencionar alguns ensinamentos.
Para isso se tornar mais efetivo e porque muitos deles ainda não acreditavam em muitas das coisas que Jesus havia mencionado, Lucas explica a atitude de Jesus dizendo: “Então, Ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras”. Três pontos são importantes para a nossa reflexão.
O primeiro deles refere-se ao que o mestre disse: “o Cristo sofrerá, morrerá e ressuscitará ao terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém”. Os discípulos não entendiam o significado dessa menção, e muitos nos dias de hoje ainda não acreditam, que com a morte e ressurreição de Cristo, todos, os discípulos, Jerusalém e todas as nações até os dias de hoje, tivemos nossos pecados perdoados, e estamos preparados para alcançar a vida eterna.
O segundo ponto de reflexão é a afirmação de Jesus: “Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. Os discípulos que inicialmente não entendiam o que Jesus dizia, foram efetivamente reais testemunhas dos fatos acontecidos a ponto de dois deles, Mateus e João escreverem seus respectivos evangelhos.
Marcos não foi discípulo de Jesus, conheceu o mestre, mas era muito jovem na época, entretanto testemunhou os acontecimentos e escreveu mais tarde seu evangelho. Lucas não conheceu Cristo, foi discípulo de Paulo e pela fé escreveu seu evangelho. Nós também devemos ser testemunhas de Cristo pela fé. De fato não presenciamos os acontecimentos, mas pela força do alto, pela força do Espírito Santo que habita em nós, temos plenas condições e obrigação de O testemunharmos. Devemos sempre recorrer ao Espírito Santo.
O terceiro ponto de reflexão é que Jesus afastou os discípulos e apóstolos das influências inconvenientes do ambiente onde se encontravam, levando-os para uma região a cerca de 3 Km de Jerusalém, perto de Betânia, onde, enquanto os abençoava ascendeu aos céus. A ascensão aos céus mostra que o caminho para a vida eterna é através do Cristo. No antigo testamento o povo permanecia em seu lugar no templo, adorando a Jeová, enquanto o sumo sacerdote entrava no Santuário, no Santo dos Santos, através da cortina que separava os ambientes para a oferta do incensos.
O episódio da ascensão lembra esse último fato, quando Cristo entra no Santuário Celeste, e o povo, os discípulos, O adoravam. Com Cristo o abismo entre o céu e a terra foi rompido. Rompeu-se o véu do santuário, o céu está mais perto de nós através do Cristo.
Marcos e Mateus em seus respectivos evangelhos, mencionaram logo após o grito de morte de Jesus, o seguinte:“Nisso o véu do Santuário rasgou-se de alto a baixo em duas partes…”, significando como já mencionado, que nós humanos passamos a ter acesso direto a Deus sem a necessidade de passar pela cortina que separava o local do povo, do local denominado “Santo dos Santos” onde se encontrava Deus. A ascensão de Jesus é o coroamento de sua vida de fidelidade ao Pai. Agora os discípulos e todos nós temos o compromisso de dar continuidade a obra iniciada por Jesus de Nazaré, como testemunhas e como cristãos.
Direto da Santa Missa em Seu Lar/Estúdios da TVJC
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