A Solenidade de Pentecostes é a conclusão do Tempo Pascal. Uma vez que o Espírito Santo é um Dom de Deus e, também, o fruto mais maduro da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Por isso, oramos com o salmista: “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai”, pois Ele dá vida, renova, transforma e constrói a comunidade. O Espírito faz nascer o Homem Novo.
A leitura dos Atos dos Apóstolos recorda este dia em que se constitui a nova comunidade do Povo de Deus, que faz sua experiência em plenitude. Na antiga Babel, o pecado gerou a divisão, a separação, a não compreensão entre as pessoas, pois no fundo desejavam “ser como deuses”. Agora, em Pentecostes, na plenitude do evento salvífico, Jesus cumpre com sua promessa e envia sobre os apóstolos reunidos em Jerusalém aquele que será o Paráclito, o Defensor, o nosso Advogado: Espírito Santo. Ele torna os Apóstolos capazes de superar o egoísmo, a divisão, o racismo, o preconceito e a marginalização.
A Carta de São Paulo aos Coríntios nos mostra que o Espírito é fonte de onde brota a vida da comunidade. Ele compara a comunidade a um corpo com muitos membros. Apesar da diversidade de membros e de funções, o corpo é um só. Tendo em vista que cada pessoa é um dom do Espírito para formar a “comunidade”. Esses dons não podem ser usados para benefício pessoal. Devem ser postos a serviço de todos. Usemos nossos dons para o bem da comunidade e não atrapalhemos a ação do Espírito Santo que nos quer comunicar a vida em abundância.
No Evangelho o Pentecostes acontece no mesmo dia da ressurreição. A comunidade estava fechada, insegura e com medo. Necessitava fazer a experiência do Espírito. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. E nossas comunidades, estão abertas à nova criação do Espírito, ou vivem com medo e de portas fechadas?
O medo, a desconfiança, a falta de esperança prendem aqueles que querem seguir a Jesus e a viver seu projeto de amor. Jesus veio para salvar o mundo e não condenar as pessoas. É pelo Espírito Santo, que os nossos pecados são perdoados e nossa vida ganha um novo rumo. O que pode ser mais importante aos homens do que servir plenamente a Deus?
Depois desta experiência com o Espírito, os discípulos estão preparados para assumir a sua missão no mundo. Por isso, não podemos ignorar a ação do Paráclito em nossas vidas. É preciso recorrer constantemente ao Espírito, pedindo sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, conhecimento, piedade e o temor de Deus.
Com seus sete dons, fortalece a vida do cristão e o lança sempre mais para a missão. Ele é o consolo, o descanso, a saúde do doente, o que acalenta os corações e a esperança para os desesperançados. Nascendo para a vida no Espírito e renascendo para o projeto de Deus, procuremos falar a linguagem do Espírito para o mundo de hoje, a fim de não sermos “comunidade de Babel”, mas “comunidades de Pentecostes”.
São Paulo, fala-nos da unidade da Igreja a partir da imagem de um corpo, no qual cada um dos membros contribui para o bem de todos, desempenhando distintas funções. Na Igreja a unidade do corpo é obtida pelo dom do Espírito divino que recebemos no Batismo. A diversidade de carismas existentes nos seus membros é a manifestação sempre atual dos dons do mesmo Espírito Santo, derramado em nossos corações.
O Espírito Santo com o dom das línguas, permitiu aos judeus e aos homens presentes em Jerusalém, «oriundos de todas as nações que existem debaixo dos céus» (1ª leitura) a compreensão maravilhosa da pregação Apostólica. O Espírito Santo unifica os homens dos mais diversos povos. Esta é a obra fundamental do Espírito Divino: congregar na unidade, fazer de povos e homens diferentes um só povo, o Povo de Deus, a Igreja. E assim, todos nós formamos um só corpo: «judeus e gregos, evangélicos e católicos, batizados num só Espírito constituímos um só Corpo», afirma S. Paulo na segunda leitura. Apesar da diversidade de carismas dentro da Igreja, o Espírito Santo gera comunhão. Deste modo, a diversidade dos dons recebidos por cada um constrói a unidade da grande família de Deus, dispersa por toda terra. Porque perante Deus somos todos irmãos de Cristo perante O Pai Celestial.
Hoje podemos pedir ao Espírito Santo que manifeste definitivamente essa unidade tão desejada pelo próprio Senhor: haja um só rebanho e um só Pastor. Ou, segundo as palavras de S. Paulo, rezemos para que sejamos todos um só Corpo, nós que fomos batizados em Cristo e ungidos com o seu Espírito Santo. Amém?
Direto da Santa Missa em Seu Lar/Estúdios da TVJC
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