Neste 18º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos alerta contra a vaidade das riquezas e a ilusão de segurança que os bens materiais oferecem. Diante disso, queremos refletir sobre o sentido da vida e, de maneira especial, sobre a vocação sacerdotal como resposta a esse sentido mais profundo e duradouro.
Na primeira leitura, o autor do Eclesiastes nos lança uma provocação: “Vaidade das vaidades! Tudo é vaidade!” Esta expressão pode parecer pessimista, mas é, na verdade, um convite à sabedoria. O ser humano facilmente se deixa seduzir por conquistas passageiras: dinheiro, sucesso, fama, conforto. No entanto, tudo isso é frágil, como um sopro. O Evangelho reforça essa mensagem com a parábola do homem rico que acumulou bens, mas morreu naquela mesma noite, sem levar nada consigo. Jesus ensina: “Louco! Ainda nesta noite pedirão de ti a tua vida. E o que acumulaste, para quem será?” Aqui está o centro da nossa meditação: a verdadeira riqueza está em Deus. É nele que encontramos o sentido duradouro e eterno. E isso nos leva ao coração da vocação a qual devemos viver não para nós mesmos, mas para Deus e para os outros.
A segunda leitura, da Carta aos Colossenses, nos exorta a buscar as coisas do alto, onde Cristo está, e a nos revestirmos do homem novo, criado à imagem de Deus. Isso implica deixar de lado os desejos terrenos e viver conforme a vontade divina. É nesse contexto que somos chamados a refletir sobre a vocação ao ministério ordenado. O ministro ordenado (bispo, padre e diácono) é alguém que escutou esse chamado radical: “Não junteis para vós tesouros na terra […] mas sede ricos diante de Deus”. Ele abandona a busca por uma “vida própria” para viver plenamente em Cristo, como nos exorta São Paulo: “Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto.”
O ministro ordenado é chamado a ser homem de Deus, homem do essencial. Ele não vive para construir celeiros, mas para alimentar o povo com a Palavra e com os sacramentos. Ele não guarda para si, mas se doa. Sua riqueza não é medida em posses, mas em serviço e fidelidade. Em um mundo que busca sucesso e acúmulo, o ministro ordenado é sinal de contradição uma vez que ele lembra a todos que o maior bem é o próprio Cristo.
Assim, a Liturgia nos provoca a olhar além das aparências e das seguranças falsas. Somente em Deus encontramos o sentido verdadeiro da vida. E o ministério ordenado é um testemunho vivo desse tesouro eterno. Por isso, pais e mães não tenham medo se um filho for chamado para esse ministério! É um caminho exigente, mas belo, e fonte de muitas graças. Jovens não tenham medo de dizer “sim” a Deus. A vida que se entrega por amor é a única que não é vaidade.
Rezemos para que muitos jovens escutem o chamado de Deus e respondam generosamente, oferecendo suas vidas ao serviço do Reino. E que todos nós, em nossas vocações, busquemos sempre as coisas do alto, onde Cristo está, e vivamos de acordo com a vontade divina. Que possamos, como Igreja, valorizar, apoiar e rezar por nossos ministros ordenados, e pedir com fé: “Senhor, envia operários para a tua messe!”.
Direto dos Estúdios da TV Jornal da Cidade – Fonte: Celebrando a Vida
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