A liturgia deste Domingo apresenta-nos um Deus justo, que conhece o coração de seus filhos e filhas. O povo sabe que Deus é misericordioso com os sofrimentos dos pobres. Ele não faz distinção de pessoas e não age em prejuízo do pobre e oprimido. Ele escuta a voz dos que mais necessitam. Em tempos que a justiça, às vezes, é tão inclinada a pesar mais para o lado dos poderosos em detrimento dos mais sofridos, a Palavra de Deus traz um alento e reacende a esperança em nossos corações, de tempos novos: tempos de justiça e solidariedade fraterna.
Deus não leva em conta a posição social, fama, bens, poderio político, econômico etc. Ele julga a todos com igualdade. A justiça divina é diferente da justiça dos homens e não usa os mesmos critérios. O Senhor não faz distinção de pessoas. A prática de gestos rituais, se são apenas externos, se não saem do coração, não chegam a Deus. Precisam partir do coração que ama e respeita os seus mandamentos. O mandamento de Jesus é o amor verdadeiro e fraternal. Deus agrada-se daquele que o serve, cuidando dos irmãos ouvindo seu convite e sendo grato com aqueles que te apoiam e te recebe do bom grado.
Em seu Evangelho, Lucas apresenta uma parábola para alertar aqueles que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros. Esse relato de Jesus desmascara a falsa religião e nos apresenta a maneira correta de nos comportar diante de Deus e dos irmãos. O fariseu obedecia em tudo a Lei mosaica, mas seu coração era duro e arrogante. Ele se considerava juiz do publicano. E achava que Deus era obrigado a recompensá-lo por obedecer a Lei. O publicano, envergonhado, não tinha sequer coragem de entrar no Templo. Batia no peito e suplicava a misericórdia divina. Este saiu justificado, diz Jesus, pois agiu com humildade e pediu perdão.
Ainda podemos perceber que a parábola nos fala de dois tipos de pessoas: o fariseu é o modelo do
homem justo, cumpridor das leis. Ninguém pode acusá-lo de ações contra Deus, nem contra os irmãos. É o cristão que vai à Missa todos os domingos, confessa com frequência, contribui com o dízimo com motivações legalistas. É um cumpridor da regra, de uma tradição familiar e social. Tem dificuldades de se converter em “nova criatura”. Isso gera uma falsa segurança da salvação. O farisaísmo nos impede de nos ver como realmente somos.
Esta atitude corrompe nossa relação com Deus e com os irmãos. O publicano é o modelo do cristão que assume com consciência sua fragilidade. É capaz de se reconhecer pecador e sabe pedir perdão. Sente que Deus é amor e misericórdia e o procura de coração sincero. Permite que a Palavra de Deus (e os Sacramentos) transforme sua vida. Esta transformação é sentida e testemunhada na família, na comunidade e na sociedade.
Qual atitude estamos vivendo meu irmão: a do fariseu ou a do publicano? Como temos feito nossas orações? Como temos vivido nossa relação com Deus e com os irmãos? O Que fizemos com as oportunidades que Deus nos concedeu para abrirmos nossos olhos e sermos gratos aos que nos acolheu com carinho e toda atenção nos apresentando um Pai amoroso que é Deus e um filho que morreu por nos como prova de amor aos seus semelhantes?
O testamento de Paulo se compara a um soldado que lutou com seriedade: disse ele: “combati o bom combate da fé” e se coloca como um atleta que corre no estádio e vence seus limites: “terminei a minha carreira”. Mas para ele, o fundamental é ter feito tudo isso para levar a Boa Nova aos irmãos e irmãs. Sabe que está reservada a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, lhe concederá. No seu tempo os atletas recebiam uma coroa da vitória. Paulo deseja a coroa da vida eterna que o
Senhor concederá a ele e a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.
Meus irmãos e irmãs – Em nossa vida de comunidade e em nossos relacionamentos sociais e familiares, é preciso recordar constantemente que o “o pecado está sempre à nossa frente” e que nunca fizemos mais do que devíamos ter feito, já que nada nos acontece por acaso. Reconhecer nossa limitação é uma grandeza diante de Deus! Ele é misericordioso e sabe do nosso esforço de conversão. Assim, depois de todo trabalho missionário realizado com total confiança na graça de Deus, tenhamos a certeza que fizemos o que tínhamos que fazer: anunciar o insondável amor de Deus por todos nós.
Direto dos Estúdios da TVJC – Pouso Alegre/MG






















































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