O corpo do norte-americano Sean Kal Grebinguer, encontrado morto no Presídio de Pouso Alegre/MG no dia 21 de fevereiro, deverá ser sepultado no Cemitério Municipal. Ele era acusado de ter cometido um assassinato no estado americano da Louisiana.
Segundo o delegado Rodrigo Bertoli, a família do norte americano, que se suicidou após ser preso, não teve interesse em pagar as despesas para o translado do corpo. Por isso, ele será enterrado em cova rasa, até que a esposa brasileira, que mora na Baixada Santista/SP, decida o que fazer com o corpo.
Morte no presídio
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, por meio do Departamento Penitenciário (Depen-MG), a morte do norte-americano foi constatada durante a entrega do café da manhã aos detentos. Ele foi encontrado sem vida, com uma (tereza), corda feita de pedaços de tecido, amarrada ao pescoço nas grades da cela. Segundo informações Grebinger não dividia cela com outros presos. No espaço foram encontradas cartas destinadas aos familiares.
San Kal deixou cartas de despedida para a familiares e amigos. Deixou uma carta para a sua mãe, falou muito dos filhos nessa carta, falou para um amigo pra que cuidasse dos filhos, detalhou o delegado Regional da Polícia Civil, Renato Gavião.
Segundo ainda o delegado também trabalhou com a hipótese de que ele estava sozinho na cela, então dificilmente teria sido vítima de homicídio. São indícios fortes de que ele se suicidou mesmo, completou o delegado.
A Polícia Civil irá enviar informações para a Polícia Federal e para o FBI a fim de mostrar as cartas para a polícia americana. A polícia vai até a família, levar a cópia dessas cartas. A preocupação da Polícia Civil agora é verificar o destino desse corpo, se ele vai para os Estados Unidos ou fica aqui no Brasil. Informou.
Nota da Ascom
A assessoria de imprensa da embaixada dos Estados Unidos no Brasil disse em nota: “Estamos monitorando de perto os relatos da morte de um cidadão norte-americano em Minas Gerais e faremos o acompanhamento com oficiais locais, estaduais e federais, conforme necessário. Por respeito à família, não temos mais comentários”.
Por outro lado a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais informou que a perícia da Polícia Civil foi acionada para investigar as circunstâncias da morte e o presídio, por sua vez, irá instaurar um procedimento interno para apurar administrativamente o fato. Segundo os advogados de defesa, ele não demonstrou estar abatido com a prisão e já havia combinado estratégia de recursos.
A Prisão do Norte Americano
Sean Kal, tinha 48 anos, preso foi mantido no presídio de Pouso Alegre enquanto aguardava o processo de extradição para retornar ao seu país de origem. Ele foi preso pela Polícia Federal após um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O americano era acusado de matar a esposa Crystal Dupuis Grebinger, em 2013, e ocultar o seu corpo, que jamais foi encontrado, no estado americano da Louisiana. O foragido estava na difusão vermelha de procurados da Interpol. Além disso, segundo a Polícia Federal, ele agrediu outra mulher, com quem se casou no Brasil, no último dia 31 de janeiro.
O americano foi preso em sua casa na cidade de Pouso Alegre, onde morava com a atual companheira. Além dela, também seus dois filhos, um de 17 e o outro de 15 anos. Os adolescentes assim que ele foi preso retornaram aos EUA.
Vida de Foragido
Nos Estados Unidos, as investigações apuraram que Sean Kal teve um longo histórico de abusos e violência contra a companheira Crystal na cidade de Lafaite, estado da Louisiana. Antes da morte, ela tinha obtido na Justiça americana medidas protetivas contra o então marido.
O FBI informou à Policia Federal Brasileira que Sean viajou ao Brasil e desembarcou em São Paulo duas semanas após a morte da mulher. No Brasil, ele se casou com uma brasileira, obtendo permissão de residência no país.
No histórico, ainda foi identificado que o americano declarou falsamente ter sido agente das forças especiais do contraterrorismo do Exército americano, além de simular perseguição política nos Estados Unidos, na tentativa de obter refúgio.
Antes de morar no Sul de Minas, ele morou com a companheira em Santos, no litoral paulista. A polícia brasileira suspeitou do americano e resolveu investigá-lo quando ele foi preso por violência doméstica.
Na época, ele passou por uma audiência de custódia e foi liberado. A Interpol afirmou que o norte-americano deixou a cidade de Santos com a esposa após o casal ter sido expulso de casa pelos pais da mulher com havia se casado.
Após mais investigações, o Supremo Tribunal Federal expediu o mandado de prisão contra ele, cumprido na última terça-feira. O norte-americano, então, levado para o Presídio de Pouso Alegre, onde ficou à disposição da Suprema Corte Brasileira e aguardava a extradição para os Estados Unidos.
Agora a Justiça está no impasse quanto ao sepultamento do norte americano, que tirou a própria vida ao saber que seria extraditado ao seu país de origem, onde há pena de morte. O que a Polícia espera é que a brasileira com quem ele foi casado decida onde o corpo será sepultado.
Direto da Redação com informações PCPA/G1/Rede Sociais
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