Legumes fresquinhos, filé de tilápia, iogurte e muitas frutas. É assim que cerca de 2 milhões de alunos da rede pública estadual de Minas Gerais se alimentam com itens da agricultura familiar, adquiridos via Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
De 2021 a 2023, cerca de meio bilhão de reais foram investidos pelo Governo de Minas em compras de pequenos agricultores familiares, valor que também beneficia diretamente mais de 15 mil produtores rurais. Em 2024, o valor total repassado pelo estado no Pnae foi de cerca de R$ 700 milhões.
O Pnae destina recursos financeiros para atender estudantes da educação básica em escolas públicas e em algumas escolas privadas sem fins lucrativos.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, avalia que o programa é fundamental para ajudar os pequenos produtores e a economia local.
“Ele planta já sabendo por quanto e para onde vai vender, com assistência técnica e muita qualidade. Ao final desse ano, teremos distribuído cerca de 20 mil kits irrigação por gotejamento no intuito de fomentar ainda mais essa produtividade”, afirma Thales Fernandes.
Assistência que transforma
No Pnae, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) auxilia os agricultores familiares, por meio de visitas às propriedades, análises para verificar se a plantação está saudável, e orientações em caso de pragas e doenças.
Os técnicos ainda ajudam os produtores com os editais abertos e a documentação necessária para acessarem o Pnae e outros programas governamentais.
Esse é o caso de Vanice dos Santos, produtora rural do distrito de Macacos, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ela é um exemplo de como as vendas para o Pnae podem mudar a realidade do homem do campo. Hoje, ela entrega limão, banana, cenoura, beterraba, alho poró, brócolis, serralha, quiabo, vagem e alface para cinco escolas estaduais do município.
A agricultora contou que passou a fazer parte do Pnae há cerca de um ano e meio e, o que antes era produzido apenas para a subsistência, cresceu e hoje é o único sustento da família.
“Começamos bem pequenininhos, mas já tínhamos o sonho de entregar nossa produção, que não utiliza agrotóxicos, para as escolas. Hoje, conseguimos realizar sonhos como planejar uma viagem e terminar a construção da nossa casa”, contou.
Aluno nutrido, aluno produtivo
Os alimentos da agricultura familiar são produzidos geralmente sem a aplicação de defensivos químicos e ainda têm a vantagem de chegarem frescos ao consumidor final devido à proximidade entre os produtores e as escolas, evitando o congelamento, a necessidade de conservantes e o risco de contaminação durante o transporte.
A nutricionista e responsável técnica pelo Pnae na Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), Tatiane Guimarães, reforça que a alimentação é um direito de todos e isso não é diferente dentro da escola. “O estudante precisa absorver vários conteúdos e, se ele não tiver os nutrientes necessários, terá dificuldade nisso e até mesmo para brincar e socializar”, enfatiza.
Eduardo dos Santos, 16 anos, aluno da Escola Estadual João Felipe da Rocha, em Nova Lima, aprova o cardápio oferecido na instituição. “De segunda a sexta, temos um cardápio equilibrado com salada, arroz, feijão, carne. Tudo feito com muito carinho pelas tias da cantina”, conta o estudante.
Tatiane Dornelas, diretora da escola, reforça a importância da parceria entre educação e agricultura. “O retorno dos alunos é o mais gratificante. Temos um prato colorido, nutricionalmente completo e muito saboroso. É notório como o Governo do Estado tem investido de forma constante na merenda escolar”, conclui.
Direto da Redação
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