Israel conhecia muito bem o pastor de ovelhas. A lei no tempo de Jesus não era para todos, como nos tempos atuais. Naquele tempo os chefes do povo deveriam ser fiéis a um único pastor, porém, os interesses egoístas por muitas vezes os levavam a trair o povo e depredar o rebanho.
Jesus se apresenta como o Pastor, essa era a vontade de Deus. Ele entra pela porta, porque é o enviado de Deus para conduzir o seu rebanho rumo às verdes pastagens, e Ele também, ao mesmo tempo, é a Porta, porque é o mediador, isto é, ninguém vai ao Pai se não for por Ele. Cristo abre para nós essa porta por meio de sua morte e ressurreição.
Conforme o discurso de Pedro, Jesus, como Pastor, é o guia das ovelhas. Ele conhece bem as suas ovelhas, porque Ele próprio é o “Cordeiro de Deus”, que carregou em seu corpo os nossos pecados. Ele nos pastoreia com a autoridade de quem nos ama e aquele que deu a sua vida por nós. E faz isso por meio de sua Palavra, isto é, devemos escutar e reconhecer sua voz como o pastor, que conhece também, suas ovelhas. Nós somos as ovelhas de Jesus. Ele caminha à nossa frente e nós seguimos os seus passos, pelo exemplo que nos deixou.
Em nossos dias atuais, a voz do Pastor se faz ouvir na voz dos padres e sacerdotes e dos discípulos que Ele estabeleceu por seu chamado, para continuar guiando suas ovelhas. Somos servos do seu povo na condução do seu rebanho..
A voz do Pastor será reconhecida pelas ovelhas. Quando os pastores do povo de Deus os conduzirem ao encontro do Senhor, pois todos são convidados a seguirem os seus passos, dando-lhes a consciência de que esse caminho está repleto de desafios.
Como padre, também tive os meus desafios, fui muitas vezes tentado, mas ouvi a palavra do pastor que me dizia sempre, “venha a mim os cansados e oprimidos que eu vos aliviarei” E hoje, aqui estou, na Igreja Veterocatólica Missionária, acolhido no clero, pelo presidente e arcebispo Dom José Fernando, que me encaminhou a esta Prelazia Pessoal em Pouso Alegre onde fui recebido pelo Prelado Reverendo Frei e Padre Neilo Machado.
Em pouco tempo que aqui cheguei percebi que essa Comunidade, a figura das lideranças que compõem a IVCM, o prelado com seus projetos em andamento, suas pastorais e serviços exigem pessoas que possam auxiliá-lo nestes movimentos sociais. Cada qual assume, de certa maneira, um papel de pastoreio, isto é, liderar e guiar o povo ao encontro de Jesus. E aqui fica também minha gratidão pelo carinho recebido do Reverendo Frei Antônio Vasconcelos e do Seminarista Vinícius Domingos e toda família do prelado padre Neilo que me adotaram como um novo membro, como um filho querido, que vem para trabalhar e servir com dedicação e afinco.
A autoridade que nós padres recebemos na IVCM é um sinal do governo do Senhor sobre a batuta e o cajado de Dom José Fernando nosso pastor primaz. Uma autoridade absoluta, que se baseia na relação de convívio com suas ovelhas, sempre de acordo com o Cristo Ressuscitado. A obediência dos que fazem parte do clero, seus pastores auxiliares, também não são uma subordinação mera, mas sim, obediência de fé, de fidelidade, de respeito, que se oferece ao Senhor, reconhecido nas pessoas que pastoreiam essa Igreja Veterocatólica Missionária da qual faço parte. Também não posso deixar passar em branco o Digníssimo Sr. Antônio Célio Rodrigues que me admitiu entre seus colaboradores. Obrigado! Que Deus o abençoe juntamente a vossa família.
Quanto ao rebanho do povo de Deus, não devem apenas ser exigentes com seus pastores, embora reconheço que nossa missão seja servir, quero também sentir e manifestar-lhes o meu profundo amor, impregnado de, caridade, fidelidade e obediência, me dedicando ao próprio Cristo toda minha honestidade e fé para com meu próximo. Para isso vim, para isso estou aqui, porque a união faz a força, quem não se ajunta, se espalha. A todos o meu muito obrigado pelo acolhimento. Esta é a coesão sonhada por Jesus: “As ovelhas escutam a sua voz (a voz dos pastores), eu as conheço (um pastor conhece bem o seu povo) e elas me seguem (com a obediência da fé)” estejamos juntos, unidos pela graça do Pai Celestial.
Meus irmãos e irmãs – Os ouvintes, naquele tempo de Jesus, não entenderam o que significava “entrar pela porta”. Jesus então explicou: “Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes”. De quem Jesus está falando?
Provavelmente, se referia a líderes religiosos que arrastavam o povo atrás de si, mas que não respondiam às esperanças do povo. Não estavam interessados no bem do povo, mas sim no próprio bolso e nos próprios interesses. Enganavam o povo e o deixavam na pior.Entrar pela porta é o mesmo que agir como Jesus agia. O critério básico para discernir quem são os pastores e quem são os assaltantes, são as nossas próprias escolhas.
Jesus pede para o povo tomar a iniciativa de não seguir qualquer fulano que se apresente como pastor, porque um cego não tem condições de guiar um outro cego. Mas se você busca o bom pastor, com certeza, sua vista se abrirá, porque a verdade liberta. É aqui que ele disse aquela frase que até hoje cantamos: “Eu vim para que todos tenham vida, que todos tenham vida plenamente!” Este é o critério!
Outra coisa irmãos – eu comecei esta homilia dizendo que todo mundo sabia o que era um pastor e como ele vivia e trabalhava. Mas Jesus não é um pastor qualquer, mas sim, o Bom Pastor!
A imagem do bom pastor vem do Antigo Testamento. Dizendo-se que era o Bom Pastor, Jesus se apresenta como aquele que vem realizar as promessas dos profetas e aumentar as esperanças do povo. Há dois pontos em que ele insiste. Na defesa da vida das ovelhas: “o bom pastor dá a sua vida”. No mútuo entendimento entre o pastor e as ovelhas: o pastor conhece as suas ovelhas e elas conhecem o pastor. Assim, para quem quer vencer sua cegueira é importante conferir a própria opinião com a do povo e sair da escuridão que se encontra. Era isto que os fariseus não faziam. Eles desprezavam as ovelhas e e seus pastores e os chamavam de povo maldito e ignorante.
Jesus, ao contrário, diz que no povo há uma percepção infalível para saber quem é o bom pastor. Os fariseus pensavam ter o olhar certo para discernir as coisas de Deus. Na realidade eram cegos, como muita gente que conheci, mas, a bíblia nos adverte que nem todos que dizem Senhor, Senhor entrarão no Reino de Deus.
Por isso faço minhas as palavras do bom pastor. Eu vim para que todos tenham vida! Que todos tenham vida plenamente, este será o meu critério nesta prelazia doravante.
Direto da Santa Missa em Seu Lar PMP
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